TABAGISMO E HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
UMA POSSÍVEL ASSOCIAÇÃO?
Resumo
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial, a qual é caracterizada por elevação e sustentação dos níveis pressóricos ≥ 140 e/ou 90 mmHg. Associa-se a distúrbios metabólicos e modificações estruturais ou funcionais de órgãos alvo. A HAS possui uma prevalência mundial de cerca de 31%, obtendo uma relação linear com a idade. No Brasil, essa prevalência sobe para 60% em pessoas de 60 a 69 anos e para 71% em idosos com mais de 70 anos, o que corresponde a mais do que o dobro do percebido no total de adultos brasileiros. O tabagismo representa um grave problema de saúde pública, uma vez que é responsável pela morte de cinco milhões de pessoas a cada ano e é considerado como uma das principais causas de mortes evitáveis A associação entre os hábitos tabágicos e a HAS advém de uma hermética interação entre fatores hemodinâmicos, sistema nervoso autônomo e mediadores vasoativos. Desse modo, o presente trabalho tem como objetivo compreender a existência da relação entre o fumo e a hipertensão arterial sistêmica de modo agudo e crônico. Para tanto, adotou-se como método uma pesquisa básica de cunho qualitativo e gênero teórico, cujo procedimento técnico escolhido foi a revisão narrativa de literatura através das bases de dados SciELO e Google Scholar. De modo agudo, a nicotina ativa o sistema nervoso simpático, possui efeito inotrópico e cronotrópico, aumenta a pressão arterial e reduz a oferta de oxigênio aos vasos do miocárdio. Em paralelo a isso, os efeitos do fumo na pressão arterial a longo prazo são complexos e os achados se contradizem. Diante do exposto, em conclusão, apesar de o tabagismo aumentar os níveis pressóricos agudamente, tal doença não pode ser considerada um fator de risco para HAS.