ESTRATÉGIAS DE INTRODUÇÃO ALIMENTAR E SEU PAPEL NA MODULAÇÃO DO RISCO DE ALERGIAS ALIMENTARES EM LACTENTES
Resumo
A prevalência de alergias alimentares tem aumentado significativamente nas últimas
décadas, destacando a importância de estratégias preventivas durante a introdução
alimentar em lactentes. Este estudo teve como objetivo revisar as evidências científicas
sobre o impacto do momento, frequência e forma de introdução de alimentos alergênicos na
prevenção de alergias alimentares. Foi realizada uma revisão sistemática seguindo as
diretrizes PRISMA, abrangendo 25 artigos publicados entre 2008 e 2024. Os resultados
indicaram que a introdução precoce de alimentos alergênicos, especialmente entre os 4 e 11
meses de idade, é altamente eficaz na redução do risco de sensibilização, com destaque
para o estudo LEAP, que evidenciou uma redução de 81% na incidência de alergia ao
amendoim. Além disso, a exposição regular e sustentada, bem como a interação positiva
com a microbiota intestinal, foram identificadas como fatores cruciais para a indução de
tolerância imunológica. Estratégias como o método Baby-Led Weaning (BLW) também foram
avaliadas, sugerindo benefícios adicionais, embora sem diferenças significativas na
prevenção de alergias em comparação às abordagens tradicionais. As considerações finais
reforçam a necessidade de intervenções personalizadas que integrem fatores genéticos,
condições preexistentes e microbiota intestinal, além de destacarem lacunas de
conhecimento sobre a interação desses fatores com as práticas alimentares. Conclui-se que
a adoção de estratégias baseadas em evidências, aliada à disseminação de diretrizes
claras, pode otimizar a prevenção de alergias alimentares e promover melhores resultados
de saúde infantil.









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